quarta-feira, 22 de julho de 2009

A CIDADE E A VIUVEZ DE MACAULAY CULKIN


Outro dia, conversando com minha amiga Dressa, chegamos a conclusão da breguice e cafonice-oitentista que envolveu a morte de "Hitch" Ledger – ainda considerado Enis Del Mar para o Psicólogo e Doutor em Educação Hiran Pinel. Para quem não lembra, ele é o ator coringa com coração de cavalheiro que é foda garantida no alto da montanha. Enfim, como diria minha amiga, que coisa mais cafona ser encontrado morto no apartamento com comprimidos ao lado... bem coisa da década de oitenta. Porém nem todos se envolveram em dramas marimárticos (como sempre digo, adoro inventar palavras) na hora da morte como o tal pseudo-hetero. Passamos a vida, pelo menos eu e Dressa, acompanhando a vida da família Jackson e poderíamos até fazer um levantamento clínico a La Pinel com eméritos membros da família. O próprio Michael – que o menino Jesus o tenha – nem se fala, já passou do caso. Alguns dizem que ele queria ser congelado como Walt Disney. Quase fiquei doido... to imaginando a cena: Michael, daqui há trinta anos, mais branco do óbito que dos milhões de cremes de embranquecimento, sem nariz, falando com a língua presa um inglês que para a época futura seria arcaico (apesar desse idioma não poder piorar mais), levantando do túmulo, numa tarde fria, em Neverland! Meu Deus!!! Mais dinheiro para a bicha. Thriller 2 – a ressurreição. Mas, voltando às loucuras dos Jackson, que nunca foram FIVE – eu mesmo já contei uns quinze –, depois da morte do meu amigo MJ, levanta a voz na crazy family, ninguém mais do que a surtada, tresloucada e quase-sósia-dependentequímica-embranquecida do astro, Latoya, com a improvável idéia de que MJ era gay e tinha um caso com o médico. Ops, sobre a idéia improvável, me referia ao “caso com o médico”, mesmo por que o Doutor era negro e velho. Longe de mim achar que MJ gostava de meninos novinhos e brancos. Ah, por falar nisso, lembrei o que de fato me levou a escrever. De todas as histórias de viuvez que conheço, tiro o chapéu para a da pessoa que se enviuvou do rei do vitiligo: Macaulay Culkin. Não foi citado, não apareceu no enterro, vai morrer pobre, drogado, com pais maníacos, fazendo filmes de temática GLSBTszxk – nunca lembro essa porra dessa sigla – e sempre, sempre com a cara de que esqueceram dele. Por fim, a cidade que eu vivo, na noite de domingo, dormiu tranqüila (deixa a trema que eu acho charmoso) com as palavras finais do viúvo no Fantástico: “acho que ele [Michael] não abusou das outras crianças [...] acredito nisso, pois ele não abusou de mim.” Achei digno. Mesmo porque ele nem usou gerúndio.