domingo, 28 de dezembro de 2008

A CIDADE, DIEGO, AUGUSTO, MARLEY E EU


Há uns vinte anos tive um cachorro chamado Romeu, um gato com problemas mentais sérios, uma mini-tartaruga meio-quase-clandestina e cinco peixes de nomes meio esquisitos. Romeu foi roubado, por descuido meu. Chorei. O gato, já viram, ninguém tem um gato, o gato é que tem alguém e assim como eles aparecem do nada, também vão embora sem deixar aviso. A tartaruga, coitada, tive que política-corretamente entregar para o IBAMA. Os peixes, ah os peixes: Jó, Malhadinho, Caraminhola, Sansão e Dalila! Ai que coisa chata dar comida para peixe... partiram dessa para melhor. Descobri de fato que eu nunca tive paciência para bicho. A regra, o cuidado, a não-resposta para minhas indagações, o não serem diretos, seu fazer rodeios e a exigência da minha atenção me fizeram um pouco frio quanto aos de "estimação". Dressa, minha amiga há muitos anos, também não deve ser muito chegada não, até aqueles bichos de filmes, fofinhos, ela odeia. Sempre diz: "odeio filme com bichos que falam, japoneses que voam e Tom Cruise com a mesma cara de fuinha de sempre." Confesso que sobre a cara de fuinha do Tom Cruise eu nem tinha percebido. Bom, por falar em bichos e filmes, talvez eu tenha chegado no assunto que me perseguiu no dia de hoje. Fui com os mais novos amigos (não os nominados masculinos do título desta postagem) ao cinema e assistimos Marley e Eu. Marley era um bicho! Um cachorro, para ser mais exato. Muitas lágrimas, muito choro sobre o comovente roteiro de um amante de animais. Mas me surpreendi ao fim do filme. As últimas frases contemplaram um animal que, na verdade, é um ser surpreendente, que ama incondicionalmente quem é pobre, rico, ruim, bom, com defeitos, sem defeitos, gordo, magro, numa "incondicionabilidade" (adoro inventar palavras) que nenhum ser humano é capaz de se submeter. Chorei também, confesso, não pela palavra "EX", edionda, que algum idiota, como eu, deve ter inventado, mas por entender que, certamente, eu deveria ter um animal, cuidar bem dele, com ele aprender o que é amar e não desperdiçar meu tempo com os não-animais, racionais(?), frios e muitas vezes covardes. Vamos ter um bichinho de estimação, afinal, para uns o Ser Supremo deu olhos verdes e um corpinho maneiro, para outros (talvez os Marleys da vida) ele concedeu um coração.

6 comentários:

  1. Fikou MARAAA seu post... e como naum podia falatar sua pitada no final... foi sutil... bem elaborada...

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. eu me sinto, às vezes, um Marley.. talvez o seu Marley... rsrsrsrsrs
    Bjão
    Obs.: qria entender o título... são os peixes?!?!?! heuheuheuheuheuheuehuheu

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  4. Não gosto de filme com bichinhos, mas você me instigou a assistir Marley e eu. Será que terei paciência???
    Mas gostei do final da sua crônica!
    Vai doer a quem se deve, né?
    bjs

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  5. Falar de bichinho de estimacao pra mim e covardia meu amigo. Voce conhece minha historia com a Mel. Aquilo nao e historia, e melodrama mexicano, com direito ate a final feliz... Pois eh, bicho de estimacao pra mim e coisa seria, por isso nao aconselho ninguem a ter um a nao ser que esteja comprometido a ficar com ele "custe o que custar"... mesmo que custe 25 mil reais, que foi o meu caso. Quantos cachorrinhos vc acha que eu compraria com isso?
    Nao vi Marley e eu ainda e nem li o livro, mas com certeza eu vou ver...
    Joao, vc e meu poeta favorito... te amo de paixao

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