quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

SEM SEXO VIRTUAL EXISTE A CIDADE?

Bom, sem a cidade não existiriam muitas coisas. Na minha infantilidade pensei que o homem-aranha não existiria sem a metrópole. Nem imagino um homem-aranha no deserto, sem ter onde se pendurar ou amarrar seus barbantes. Acho que também Lula não existiria. Onde já se viu fazer greve no meio da mata, tipo, "melhores salários para as zebras!" (Deus me livre, clamar por melhores salários para os macacos)"? Assim, com a cidade, acho que nasceram as vitaminas de abacate no liquidificador, os códigos de barras nos sabões de coco, até onde se amarrava cavalo a cidade transformou em estacionamento rotativo, lógico, com o preço corrigido e pagamento surrupiado por flanelinhas mafiosos. Com a cidade nasceu a esmola, antes não precisávamos pedir, arrancávamos comida do pé - não tão simples, tem a tal história do mal que fazia a manga com leite -, soprávamos bolinhas de sabão, mas a cidade as transformou em redomas de classes sociais (pertenço a D e sou literalmente agreste). Ai, minha vizinha Domingas indo à feira. Hoje seu neto pede as compras pela internet. Nem sei ao certo o significado da palavra cidade, Cida de Vitória? C idade acima dos trinta. De zero a dez anos A, de dez a vinte anos B, de vinte a trinta anos C. Nossa, quanta explicação! Mas a "explicação" veio da cidade. Antes o ser humano dava satisfações, hoje explica situações. Depois de ficar horas na madrugada pensando nessas besteiras, achei uma coisa que foi criada pela cidade e que com certeza será o fim dela. Orgasmos binários, mouses punheteiros e memórias ponto G, acabarão com a proliferação do asqueroso ser humano. Ainda bem que esses sujeitinhos serão em pouco tempo exterminados. Não ficamos mais de mal, deletamos. Não mandamos carta anônima, enviamos e-mails de uma conta fake. Não abraçamos no natal, mandamos cartão virtual. Acho até que Cristo voltará aos crentes por meio de spams. Enfim, a troca de fluídos, substituída pelos "ohhhh fica nua na web cam pra mim" dizimará a humanidade, assim, essa cidade que amo, esses mármores que me rodeiam não mais existirão, consequência do não-toque humano, eliminado pela virtualidade do sexo. Já viram né, só to aqui digitando por que não há ninguém para dormir comigo.

2 comentários:

  1. "Liga a cam, abre a braguilha e finge que vc tá me comendo... isso!!! vai... aqui.... mete com força!!! ah, gozei!".......... ainda bem que seu blog é só "a cidade" e não "a cidade concreta".... ok, não discutamos o conceito de concreto, considero o virtual "inconctreto". Ah... esse comentário aqui é concreto, tá???
    (quanta explicação pra tõ pouca coisa né?!?!? Qnta coisa pra tão pouca explicação, né?!?!?!)

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  2. http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL948713-6174,00.html

    Lendo este link podemos descrever claramente seu post....

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